Você sabia que o excesso de ácido úrico pode causar gota, pedra no rim e hipertensão?
O ácido úrico está entre as substâncias naturalmente produzidas pelo organismo, e surge como resultado da quebra das moléculas de purina ( proteína contida em muitos alimentos ) por ação de uma enzima chamada xantina oxidase. Depois de utilizadas, as purinas são degradadas e transformadas em ácido úrico. Parte dele permanece no sangue e o restante é eliminado pelos rins.
Os níveis de ácido úrico no sangue podem subir pelas seguintes causas :
- Porque sua produção aumentou muito,
- Porque a pessoa está eliminando pouco pela urina,
- Por interferência do uso de certos medicamentos.
O ácido úrico pode causar muitos incômodos, pois quando ocorre o aumento dos níveis no organismo temos a hiperuricemia, ou seja, formam-se cristais semelhantes a pequenas agulhas, que se depositam em vários locais do corpo, principalmente nas articulações, nos rins, ou sob a pele. Estudos recentes realizados no Instituto do Coração de São Paulo também mostraram que níveis elevados de ácido úrico no sangue aumentam o risco de desenvolver acidentes cardiovasculares.
Sintomas de ácido úrico elevado:
O depósito dos cristais de urato nas articulações, em geral, provoca surtos dolorosos de artrite aguda secundária, especialmente nos membros inferiores (joelhos, tornozelos, calcanhares, dedos do pé), mas pode comprometer qualquer articulação.
Ácido úrico: Causas, sintomas e tratamento |
Nem todas as pessoas com taxa de ácido úrico elevada desenvolverão gota, um tipo de artrite secundária, de caráter genético e hereditário, que acomete mais os homens adultos.
Nos rins, a hiperuricemia é responsável pela formação de cálculos renais (litíase renal) e insuficiência renal aguda ou crônica (nefropatia úrica).
Para obter um diagnóstico certo é necessário um exame de sangue que mede a concentração de ácido úrico no sangue e exige oito horas de jejum para ser realizado. Existe também um teste bastante importante pra identificar os cristais que se acumulam nas articulações. É o exame do líquido sinovial (retirado de articulações grandes, como o joelho) que deve ser pedido por um médico e feito em um laboratório.
Mas é possível diminuir boa parte desses sintomas, e ter mais qualidade de vida, com algumas mudanças na rotina e na alimentação diária.
Embora, inicialmente, a gota se manifeste através de ataques agudos, com apenas alguns dias de duração, caso o problema ao nível do metabolismo persista e evolua ao longo dos anos, sem que seja feito qualquer tratamento, costuma originar algumas perturbações crônicas.
A crise aguda inicia-se de forma súbita, normalmente durante a noite e na maioria dos casos precedida de uma ingestão excessiva de alimentos ricos em purinas e álcool no dia anterior, embora também se possa evidenciar de forma espontânea ou como consequência de outros fatores como traumatismos, situações de stress, jejum, intervenções cirúrgicas recentes, etc. O ataque manifesta-se através de uma rápida inflamação de uma articulação, normalmente na base do primeiro dedo do pé, embora também possa afetar outras articulações dos membros, nomeadamente os tornozelos, os joelhos, as mãos, os pulsos e os cotovelos. A articulação afetada fica inchada, vermelha e quente e provoca uma intensa dor, por vezes de tal forma insuportável que pode acordar o paciente enquanto dorme, aumentando de intensidade ao mínimo atrito e chegando a impossibilitar o apoio do pé afetado no chão. Para além desta dor, a gota também se costuma evidenciar através de sinais e sintomas gerais, tais como mal-estar, cansaço e uma ligeira febre. Embora os sinais e sintomas desapareçam, normalmente, de forma espontânea ao fim de alguns dias, caso não sejam devidamente tratados, podem persistir até cerca de duas semanas. Apesar de alguns pacientes apenas sofrerem um ataque agudo de gota, após o qual a doença não volta a surgir ao longo de toda a vida, normalmente as crises repetem-se, afetando a mesma articulação ou outras, sem provocar qualquer problema nos intervalos em que não se manifesta.
Gota crônica
Sempre que os ataques agudos se repetem e não se procede qualquer tratamento para corrigir a hiperuricemia, a acumulação de cristais de uratos nas articulações e também em outras estruturas orgânicas costuma provocar lesões características denominadas tofos gotosos. Caso estas lesões afetem as articulações, vão deteriorando a cartilagem articular, provocando a destruição das extremidades ósseas intra-articulares, o que dá origem a vários sinais e sintomas inflamatórios semelhantes aos das crises agudas, embora menos intensos, e por vezes a uma progressiva deformação das articulações afetadas. Podem-se igualmente formar tofos gotosos semelhantes a nódulos de poucos milímetros até vários centímetros de diâmetro, localizados essencialmente nas orelhas, nas zonas próximas das articulações das mãos, pés e cotovelos.
Por outro lado, a hiperuricemia persistente pode originar alterações em outros tecidos, sobretudo ao nível do rim. A complicação mais comum corresponde à formação de cálculos renais, que podem originar cólicas nefríticas e, nos casos mais graves, se não se realizar tratamento, um quadro de insuficiência renal. O coração, o aparelho genital e os olhos também podem ser afetados.
Tratamento e prevenção do ácido úrico
Saber quais alimentos consumir ou não, é fundamental, pois como dito anteriormente o ácido úrico é uma substância produzida naturalmente pelo organismo durante a digestão da comida.
Portadores desse distúrbio metabólico devem evitar estresse físico, uso de diuréticos e de anti-inflamatórios, assim como a ingestão excessiva de alimentos e bebidas ricos em purina (carne vermelha, frutos do mar, peixes, como sardinha e salmão, e miúdos).
Como leite e derivados parecem melhorar a eliminação do ácido úrico, devem ser incluídos na dieta que, acima de tudo, precisa ser saudável e favorecer o controle da obesidade e da hipertensão.
Além da alimentação pouco calórica, quando necessário, podem ser indicados medicamentos para inibir a produção de ácido úrico (alopurinol) ou para aumentar sua excreção (probenecide e sulfinpirazona). Algumas pessoas precisam dos dois tipos porque têm excesso de produção e dificuldade de excreção dessa substância.
Alimentos permitidos:
Pães e massas, fubá, sagu, margarina e manteiga, leite, arroz, chás, verduras (exceto aspargo, couve-flor, cogumelos e espinafre), frutas (exceto coco, nozes e castanhas).
Alimentos para evitar:
Coco, castanhas, nozes, carnes (de boi, frango, porco e coelho), presunto, feijão, lentilha, amendoim, ervilha, grão-de-bico, espinafre, couve-flor, brócolis, aspargo, cereais integrais, soja e derivados, crustáceos como caranguejo, lagosta, ostras e camarão, cogumelos.
Alimentos proibidos para quem tem taxa elevada de ácido úrico:
Cerveja, suco de frutas, peixes como arenque, anchova, bacalhau, cavala, truta, salmão, sardinhas (frescas e enlatadas), mariscos e ovas de peixe, miúdos como fígado, coração, rins e miolos, carnes de cabrito e vitela, bacon.
Algumas Recomendações:
* Beba bastante água para ajudar o organismo a eliminar o ácido úrico;
* Prefira alimentos não industrializados; adote uma dieta saudável, rica em frutas, verduras, leite e derivados;
* Evite o consumo de bebidas alcoólicas, especialmente de cerveja que é rica em purina;
* Não se automedique. Consulte um médico para orientar o tratamento e peça ajuda ao nutricionista para eleger uma dieta que ajude a controlar a taxa de ácido úrico e a manter o peso em níveis adequados.
* Consuma fibras: Foi observado que pessoas que seguem uma dieta rica em fibras, frutas e legumes têm índices mais baixos de ácido úrico. As fibras também reduzem o risco de desenvolver acidentes cardiovasculares que podem ocorrer devido a hiperuricemia, tais como níveis elevados de colesterol, hipertensão, arteriosclerose ou má circulação. As fibras ajudam o bem-estar intestinal, o que é também responsável, embora em menor grau, na eliminação de ácido úrico, através da degradação dele pelas bactérias intestinais.
Por exemplo: Linhaça, chia, psillyum, spirulina são suplementos ricos em fibras.
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